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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Saudades


Uma palavra que está em nossa vida diariamente: saudades daquele bolo que minha vovó fazia, dos abraços do meu pai, dos meus amigos que se distanciaram...

Esta é uma homenagem para uma amiga bastante especial, que esta passando um momento bastante doloroso.

Se eu soubesse um remédio para aliviar a dor que ela está sentindo agora, com certeza daria para não vê-la sofrer.Mas infelizmente não existe, só o tempo pode curar.

Te amo, Jú... Estou com você!


Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral,
a comum aquiescênciade viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu,
enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste


Carlos Drummond de Andrade


Postado por Gabi

1 comentários:

Di Valente disse...

Todos nós sabemos que ninguém é eterno, mas quando a hora da partida de algum ente querido chega, tudo é muito triste, nos perguntamos pq, nos sentimos revoltados com aquela injustiça !
Saber que não poderemos mais dar um abraço um beijo naquela pessoa, saber que ela não estará mais aqui pertinho de nós fisicamente é tão triste ! Mas em nosso coração estará para sempre.

A Vó Izaura foi um exemplo de vida, um exemplo de Mulher, viveu seus praticamente 90 anos dignamente. Foi uma lutadora ! E mesmo com algumas peças que a vida lhe pregou, nunca deixou de sorrir, de ser uma pessoa alegre. Sempre simpática e com um sorriso estampado em seu rosto.

Como minha vó sempre morou a uns 600 KM de distância e nunca a tive por perto.
Sempre tive a vó izaura como minha vó, mesmo sem nenhum parentesco, tanto que a chamava de vó tbm.
Tenha certeza de que vou sentir saudades vóvis !

Bjs

Diana