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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Das perdas.


Esses primeiros dias do ano não estão sendo nada fáceis. A alegria que contagiou a todos, estancou pra mim logo na segunda semana.

Explico: a minha avó adoeceu, ficou quase 20 dias no hospital e faleceu no último dia 29.

Perdi meu brilho, minha alegria. Há um vazio imenso dentro de mim.

Era ela quem cuidava de mim, zelando mais do que minha própria mãe. Ela me ligava quase todos os dias para saber se estava tudo bem, para bater papo, perguntar do Lucca, do Lilo, do Zé. Ela era a minha maior fã, minha defensora, minha amiga.

Tudo o que eu sei sobre o amor aprendi com ela.

E agora é como se eu tivesse ficado sozinha na sala de aula da vida, exposta aos olhares curiosos das pessoas que me obrigam a ter forças, ter maturidade, agir de forma correta.

E eu só sinto saudades. Muitas saudades.

Ontem, por exemplo, foi um dos dias mais tristes desse processo. Porque era aos domingos que eu ia por o papo em dia, tomar café, beliscar guloseimas e receber carinho. E caso eu não aparecesse por lá, certamente teria uma ligação perguntando sobre meu final de semana.

Ontem não teve a ligação. Só o silêncio.

E hoje eu amanheci vazia, e ao mesmo tempo lotada de coisas para contar para ela.

Não tenho dúvidas que a amo muito mais do que a minha própria mãe.

Por isso sofro.

Por isso perdi o brilho.

Não estava preparada para uma perda como essa. Juro, não sabia o que era perder uma "mãe".

Talvez a cena mais dolorida, e que ainda martela na minha cabeça, foi o momento em que seu caixão baixou à sepultura. Ali tive a certeza do fim do nosso vínculo físico.

Não haverá mais carinhos, nem cafunés, nem o colo, nem as mãos pequenas que seguravam as minhas. O cheiro do seu peito dança em minha memória, assim como cada detalhe do seu rosto.

Ver o caixão ser coberto pela terra e, logo depois, pela grama, foi demais doloroso.

Chorei tanto quanto choro agora, nesse momento.

Eu sei que a vida continua, que é preciso olhar pra frente, que tenho que ter forças para cuidar de mim, do meu filho, da minha vida. Mas é como se eu tivesse perdido meu mais precioso aliado na batalha diária. Me sinto na linha de frente, frágil como um alvo fácil.

Ainda na dor da perda da minha avó, menos de uma semana depois, recebo outra notícia de falecimento.

Dessa vez de uma pessoa que já foi até personagem de um dos meus textos (o Qual é a sua causa
?, publicado em outubro do ano passado). Essa amiga querida nos deixou no alto dos seus 27 anos, levada por um câncer implacável.


Outra paulada...

E logo ela, que tanto queria pertencer a esse grupo, e brindar com Lambrusco a vida e a alegria.

Não deu tempo.

Saber que a Cibele não vai mais me chamar de "Minha Florrrrr", com aquele erre arrastado, e contar suas histórias, e dar suas risadas porque compramos vestidos e sapatos iguais, assim, sem querer, também me dói. Uma amiga como ela vai fazer falta pra sempre. Uma lição de vida como a que ela me passou ficará guardada pra sempre também.

As perdas desse ano valeram por todas as outras da minha vida.

E os danos... Ah! esses ficarão para o resto da minha vida.



Postado por Andréa, que ainda não conseguiu escrever tudo aquilo que está sentindo porque simplesmente a tristeza ainda a impede.




2 comentários:

Di Valente disse...

É Déa, realmente é muito triste quando se perde alguém tão querido como sua avó.
Mas, você irá superar essa dor e o que ficará e será eterno é a saudade, isso com certeza nunca irá passar, pq a saudade é o amor que nunca morre.
Bjs, cuide de você, porque sua vó com certeza continua olhando e cuidando de você de onde quer que ela esteja.

Denise disse...

Ah Déa, qta tristeza e qta dor.
Faço minhas as palavras da Di: se cuide, pq sua avó e sua amiga continuam olhando por vc. Deus quer as pessoas boas ao lado deles, por isso elas ficam tão pouco conosco aqui. Beijos