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segunda-feira, 11 de maio de 2009

O porquê de escrever.



Eu havia escrito esse texto lá no meu outro blog, o Don´t wait too long, no ano passado. O título era o mesmo.

Porém, essa semana um dos nossos textos me chamou muito a atenção. Quando li “Quando é preciso dar um passo para trás”, da nossa amiga Denise, senti que diante de algumas pausas dessa vida, desistir ou mudar o caminho seria a melhor opção, ao contrário do que eu afirmei antes. Afinal, "o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesmo”.

Por isso também tomei a mesma atitude dela. Vou voltar para o “banco da escola”. Ainda estou procurando o que é melhor para mim (e claro, o que cabe no meu bolso também!), mas já sei que vou estudar de manhã e fazer os meus freelas na parte da tarde. A graduação escolhida é idêntica a da Denise: Letras.

Quero voltar a dar aulas. E para isso talvez eu precise dar não apenas um passo para trás, e sim, voltar um quarteirão ou dois. Isso não importa. Também sei que não vai ser fácil (tenho absoluta certeza disso). Mas sei que ir buscar a felicidade é um caminho sem volta, tortuoso, porém, cheio de recompensas.

Preciso extravasar ainda mais o que sinto. Talvez até mesmo passar adiante essa paixão, esse amor pelas letras e pela escrita. Porque, sinceramente, tem muita coisa que não cabe em mim. Também foi por esse motivo que eu resolvi reescrever (ou seria atualizar?) o texto.

Desde pequena sempre gostei ler e escrever.

Talvez tenha herdado isso de algum parente, talvez isso tenha nascido comigo.

Lembro do meu avô materno, o "Vô Mello", lendo o Estadão - ainda em branco e preto - sentado na poltrona da sala, todo compenetrado.

Aquilo me fascinava.

Paralelamente fui sendo introduzida no mundo das letras por meio de histórias e contos que a minha avó materna, "Vó Nora", me contava.

Cresci gostando disso.

Lembro dos livros que lia na escola, sempre muito antes da professora pedir.

Aliás, era muito engraçado porque, quando a lista de materiais chegava, a primeira coisa que eu ia ver eram quais seriam os livros daquele ano. E lia todos, de uma só vez.

Quando cheguei na fase de ginásio passei a ter (como todo mundo) a matéria 'literatura', com a sorte de contar com uma professora apaixonada pelo tema e muito incentivadora.

Foi ela quem me apresentou Clarice Lispector.

Ganhei um livro chamado "Laços de Família" e logos depois, "A hora da estrela".

Posso dizer que isso foi um divisor de águas.

Aquelas palavras, aquelas histórias desabrocharam algo dentro de mim e, tal como uma enchente, trouxeram à tona coisas que nem mesmo eu sabia que guardava.

O amor aos livros e à escrita foram algumas delas.

Passei a escrever poeminhas, historinhas, coisas simples, dignas de adolescente, mas que, embalada por Drummond, Vinícius, Manuel Bandeira (entre outros), faziam muito sentido para mim.

Nessa fase cheguei até a participar de um concurso de poesias, ficando com o honrado 3º lugar.

Veio o colegial e, nessa altura eu já dava aulas para crianças, certa de que o magistério seria minha profissão.

Ledo engano...

Outra professora entrou no meu caminho e me fez perceber que escrever/comunicar não era somente um dom, mas podia ser uma profissão.

Daí fui fazer jornalismo.

E cá estou eu, exercitando o que a profissão certamente exige, porém, com muito mais sensibilidade (nos blogs em que escrevo). Esse é o porquê de escrever.

E, para homenagear aquela que serviu de start para esse caminho tão seguro, deixo aqui algumas de suas frases/passagens marcantes sobre o ato de escrever.

Obrigada, Clarice!!

Com respeito,

Andréa


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"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada. "


"Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo."


"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro... "


"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando... "


"Eu só escrevo quando eu quero, eu sou uma amadora e faço questão de continuar a ser amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou então em relação ao outro. Agora, eu faço questão de não ser profissional, para manter minha liberdade."
Postado por Andréa

3 comentários:

Denise disse...

É isso ai Déa. O que é a vida senão a busca incessante pela felicidade? Dou o maior apoio! Beijos

Di Valente disse...

Acho que nunca é tarde para procurarmos fazer aquilo que nos faz feliz !
Tb te dou o maior apoio. GO GO GO rs
Bjs
Di

Andréa disse...

eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeba!!!!!!!!!!
nada como ter amigas!!!!
AMOLHES!!!!