Como no próximo domingo é Dia das Mães, resolvi tocar no assunto (mesmo com antecedência) porque, na verdade, meu texto vai para o caminho do desabafo.
Todo mundo sabe que eu sou mãe-solteira do Lucca, que hoje está com 10 anos. Assim como todo mundo sabe da ausência velada de seu pai, que nunca nos ajudou, e só aparecia em datas cívicas e comemorativas, para ostentar o filho limpinho, educadinho e bonitinho.
Anos se passaram e eu fui vencendo os milhares de desafios que vida foi impondo e, do meu jeito, fui fazendo do Lucca um cara legal.
Acontece que um "mal necessário" anda rondando a minha casa: a adolescência. Pode parecer muito cedo para isso, mas afirmo que não é. Hoje em dias as fases são antecipadas e quando menos esperamos a coisa aparece.
Só que eu não estou conseguindo lidar direito com isso porque descobri em meu filho uma força interior que há muitos anos não via. Ele tem características minhas tão fortes, tão marcantes que eu realmente não sei o que fazer.
Não, ele não é um monstrinho. Mas se torna um alien quando eu não o reconheço em nada e as atitudes que eram tão previsíveis, tornam-se uma supresa atrás da outra.
E os sinais são clássicos: interesse pelas meninas, alguma rebeldia, vontade de ficar sozinho o tempo todo, dizer que ninguém o entende, não suportar ser beijado ou abraçado em público pelos seus pais e dentro de casa ainda agir como uma criança.
Concordo que essa fase é um verdadeiro limbo: não são nem crianças, nem adolescentes de fato. Nem eles mesmos se entendem, se reconhecem.
Semana passada ele foi numa balada, a primeira em sua vida. A festa começava às 19h30 e terminava as 23h30. Só consegui sair de lá (depois de quase meia hora esperando uma vaga para estacionar e ligando insistentemente para meu filho, que não atendia) quando já passavada da meia noite, e as meninas dizendo a todo o momento que o Lucca era "muito fofo". No dia seguinte ele dormiu até às 11h, e quando acordou disse que não era para eu fazer muito barulho porque ele estava de ressaca. Ressaca de suco de uva e guaraná!! No fim de semana ele foi dormir na casa de um amigo, e passou mais dois dias curtindo a vida a doidado.
A semana passou e ele deu as suas primeiras pisadas na bola, típicas de adolescentes também: simplesmente esqueceu de uma prova de recuperação de história e teve que fazer na última hora, perdendo o horário da natação inclusive, e depois a prova substitutiva de gramática, que ele jurava não saber o conteúdo porque a professora não havia passado.
Daí que eu descobri que ele mesmo havia escrito em sua agenda todo o conteúdo para todas as provas. E ele insistindo em não saber, ou não me falar a verdade.
Juro que perdi a paciência naquele momento. Falei um monte de coisas, dei bronca, e cheguei até bater nele com a agenda. Conclusão: ele está de castigo até o dia 10/5 sem computador, Tv a cabo, video games ou qualquer outro tipo de game, DVD´s, e caso as notas venham abaixo de 7,5, o álbum de figurinhas da copa será confiscado até o fim do campeonato.
Ou seja, tive que tomar medidas extremas para que os limites sejam esclarecidos, e ele perceba que por mais que esteja crescendo, ainda é uma criança. mas confesso que fui dormir me sentindo péssima, culpada por não poder estar mais perto dele, por não acompanhar as lições, por não ser mais presente em sua vida.
Neste sábado, o amigo que ele passou o outro fim de semana fez aniversário, e diante da vontade do garoto, os pais (que são amigos muitos queridos), promoveram uma baladinha em casa. A festa começou cedo e terminou tarde, acreditem.
Juro que me assustei diante da postura do Lucca na festa: ele já não era mais aquela criancinha que a todo instante corria para mim. Era alguém com personalidade própria, vontades próprias, atitudes próprias. Pra falar a verdade, acabei dando risanda diante de seus jeitos e trejeitos com as meninas, a forma com que jogava o cabelo pro lado e falava com uma entonação mais grossa. Viemos embora com ele trocando telefones com as novas amigas e prometendo ligar...
E como ontem,u continuava firme no meu propósito do castigo, ele veio conversar comigo. Admitiu a pisada na bola, pediu desculpas e aceitou que a punição fosse mantida. No fim chorou e me abraçou, dizendo que me ama muito e perguntou se eu ainda o amava. Nos abraçamos bem forte, beijei sua testa e assumi que sou completamente doida por ele.
Talvez por já ter passado por tudo isso eu acredite que estou no caminho certo. Porque, afinal, ser mãe é andar tateando no escuro num emorme salão de baile.
Postado por Andréa (que deseja a todas a mães de bebês, adolescentes, jovens e adultos um Dia das Mães maravilhoso).
segunda-feira, 3 de maio de 2010
E a adolescência, enfim, chegou.
Postado por De Salto Alto e Batom às 09:24
Marcadores: adolecência
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1 comentários:
Oi Déa
Realmente imagino que essa fase seja muito difícil.
Nossa, se passou rápido pra vc, imagina para nós que estamos mais longes e não vimos o lucca todos os dias. Como ele cresceu. Tá um moço.
Espero que saiba e consiga lidar com essa fase, apesar de eu saber que vc saberá sim, só está amedontrada pois, tudo que é a primeira vez da medo, ainda mais qdo é algo que envolve uma responsabilidade como esta.
Criar um filho não deve ser fácil e eu admiro todas as mães por essa tarefa tão dificil.
Aproveitando, feliz dia das mães pra vcs e para todas as mães do mundo.
Bjs
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