Detesto lavar louças. "Prontofalei"!
É verdade.
Talvez não exista coisa mais insuportável para mim do que lavar louças: só de olhar a pia cheia de pratos, copos, talheres e panelas me esperando, sinto arrepios. Mas infelizmente tenho que fazer essa atividade, já que não conto com secretárias do lar.
Para isso, uso luvas de borracha e muito detergente - do tipo biodegradável pra consciência não ficar tão pesada. Aliás, hoje em dia o meu sonho de consumo é uma torneira com água quente, só pra não ter que ficar aquecendo água na chaleira ou no microondas para lavar mais rápido a louça. Até tenho máquina de lavar louças, mas acho um desperdício de água e luz por apenas um par de copos, pratos e talheres. Sem contar que não dá pra enfiar as panelas lá.
Também vou confessar: lavar banheiro e cozinha não são tarefas que faço com prazer. Principalmente a minha cozinha, cujos cantos são caídos e o ralo, que fica lá na lavanderia, é mais alto que o Everest, e está localizado logo abaixo do tanque e ao lado da parede. Ou seja, cada vez que invento de lavar a cozinha e área de serviço, perco umas duas horas e cerca de 800 calorias (tinha que ter alguma vantagem nisso tudo, né?).
Talvez eu não tenha sido treinada para isso, muito embora eu saiba fazer de tudo mesmo. Muita coisa foi minha mãe quem ensinou porque ela é uma dona de casa nata, daquelas que abrem mão de empregadas por considerar que essas profissionais não fazem o serviço tão bem quanto ela. Acontece que, como disse antes, não fui treinada para isso. Ou seja, traçando um paralelo com minha mãe, enquanto a geração dela sabia que era isso que tinham que fazer e ponto final, a minha turma estava na faculdade, pensando em como ingressar no mercado de trabalho ou, como no meu caso, viajando para atender clientes de fora de São Paulo, tomando o primeiro vôo para Curitiba, Florianópolis ou Porto Alegre e voltando no último avião para pousar em Congonhas. Com isso, as tarefas domésticas ficaram esses anos todos a cargo da minha mãe.
Tenho muitas amigas que não sabem sequer fritar um ovo, nem separar roupas por cores na hora de colocar na lavadora. Aliás, outro dia ouvi uma história hilária: a mocinha (amiga da minha prima Danuza) havia acabado de se casar e, para agradar o marido, comprou umas torradinhas, uns queijinhos e colocou água para fazer gelo, para oferecer um uísque quando ele chegasse em casa. Pois bem, estava tudo ok, até que o gelo não saía das forminhas que, por sua vez, tinha um formato estranho. Resumo: ela colocou a água no suporte de apoio para os ovos, pensando ser a forma de gelo.
Definitivamente a minha gereção não veio para isso. E eu acho um absurdo sermos julgadas por não sabermos fazer essas coisas! O pior é que ainda existem homens que acham que deveríamos ser iguais às suas mães nas tarefas domésticas, além de, claro, trabalharmos fora e a noite estarmos lindas, cheirosas, depiladas e dispostas a dar.
Mas, voltando aos desafios cotidianos, existem coisas que eu amo fazer, e faço tranquilamente, com prazer mesmo.
Uma delas é cozinhar.
Acho uma delícia preparar a comida, mesmo que cotidiana - arroz, feijão, carne, salada. A única coisa que eu ainda estou me acostumando é a questão da quantidade, que diminuiu bastante, já que agora sou só eu e o Lucca (porque meu irmão fica mais tempo fora de casa devido ao novo trabalho).
Mas mesmo assim cozinhar é uma coisa que me dá prazer. Tanto que adoro quando as meninas vem comer aqui em casa. Aliás, curto muito receber meus amigos com coisinhas gostosas e um bom vinho.
Outra coisa que não ligo em fazer é passar roupas. Faço do jeito que sei fazer, mas não morro porque a camisa não está impecável. Tomo cuidado com colarinhos, vincos em calças, procuro usar um peçado de pano de algodão sobre algum tecido que tenho dúvidas ou que considero delicado, assim como com estampas e relevos (já que as camisetas do Lucca são mega-estampadas). Só não sei engomar.
Também não me importo em esfregar meias ou camisetas do uniforme do meu filho, que chegam em casa como se ele tivesse rolado por todo o chão da escola. Mas, no caso das meias, tomei uma providência: comprei meias nas cores preta, marinho, e mescla principalmente. As brancas já são minoria na gaveta.
Só sei que com a minha escolha em morar sozinha tive que deixar certos "ódios cotidianos" de lado e por - definitivamente - as mãos na massa.
E se, por acaso, alguém não me quiser só porque odeio lavar louças, saibam que tenho outras tantas qualidades, como por exemplo, saber dividir tarefas. Ou seja, eu cozinho e você lava, ok????
(postado por Andréa, que só não compra artigos descartáveis porque sua consciência ecológica ainda é maior que seu ódio em lavar louças)
2 comentários:
Déa, falou e disse TUDO! Eu tb odeio algumas tarefas domésticas e já me senti um alien qdo as pessoas me diziam: "o que, vc não sabe fazer feijão?" mas agora este sentimento passou e eu faço questão de ressaltar o qto sou multitarefada, com mto mais coisas para se preocupar do que com a calça engomada do meu marido...rs Somos de outra geração, colhemos os frutos desta liberdade, mas tb pagamos o preço. Mesmo assim, continuo escolhendo ser desta turma! beijos
Bom, nem vou comentar, ontem fui fritar um simples hamburger e acreditem, deixei queimar rsrsrs, não sou muito fã de serviços domesticos,e apesar de ja ter morado sozinha se eu puder escolher em nao fazer, acho melhor rsrsrs.
Mas como a realidade é diferente, sei que quando eu tiver meu canto, lá estara eu de avental e vassoura na mão.
Bjs
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