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quarta-feira, 24 de junho de 2009

À verdadeira amizade


Como filha única, eu me dou muito bem comigo mesma. Isso significa que passo ótimos momentos sozinha. Aprendi, desde pequena, a criar diversão e distração sem companhia, o que me fez ser uma criança que não vivia rodeada de outras.
No período escolar comecei a fazer minhas primeiras amizades e descobri que existia um mundo lá fora que eu não conhecia e que era tão ou mais divertido do que o meu: o mundo onde as pessoas eram do meu tamanho, gostavam das mesmas coisas que eu e adoravam brincar. Conheci minha primeira melhor amiga quando eu tinha sete anos - ela tinha nove. Assim como eu, seus pais se separaram e ela mudou, com sua mãe e irmãos, para a casa de sua avó, que ficava na mesma rua em que eu morava, também com meus avós e minha mãe. Ela ficava sentada em cima do muro baixo que tinha em sua nova casa, mais deslocada impossível, talvez tentando entender tudo o que estava acontecendo naquela nova vida. Eu estava voltando da escola com meu avô e lembro de ficar olhando para aquela menina nova ali com ar de curiosidade. A tarde, eu estava no quintal com minha bola e meu cachorro e a vi de novo. E a chamei para brincar comigo. Elaine foi a melhor amiga que eu tive durante toda a minha adolescência. Ela e seus irmãos estudaram na mesma escola que eu e, por ela ser dois anos mais velha, estava em outra turma - o que foi melhor ainda, porque ela me apresentou novas pessoas e eu, a minha turma a ela.
Até que eu tive uma paixão adolescente, daquelas arrebatadoras. Eu estava com 12 anos e era completamente apaixonada por um carinha chamado Paulo Rogério. Na época, os meninos começaram a usar estas calças largas, com o elástico da cueca aparecendo e camisetões. E ele se vestia exatamente assim. Eu o via e meu coração parava. De verdade. Pensando hoje, era muito engraçado, porque eu era louca por ele, mas era só ele aparecer para eu morrer de vergonha e me esconder! Aos 14 anos eu fiquei com ele. Fomos para a matinê que eu começava a frequentar, ele tava lá, a Elaine falou pra ele que tinha uma amiga dela que achava ele bonito, ele perguntou quem era, e nós ficamos...rs Ficamos 4 domingos, sempre na matinê. Depois, ele não me quis mais. Esta foi a primeira vez que eu sofri "por amor". E a Elaine, que sempre soube de tudo, que sempre acompanhou tudo, tentava me animar, me distrair, estava ali, minha amiga. Até o dia em que ela começou a namorar o Paulo Rogério, poucos meses depois. E, aos 14 anos de idade, eu descobri que as pessoas nem sempre são nossas amigas.
Continuamos morando na mesma rua por muito tempo, ficamos sem nos falar uma época, depois voltamos gradativamente - afinal, tínhamos a mesma turma - mas nossa amizade nunca mais foi a mesma. Eu não lhe contava mais segredos, nem ela a mim. E, acabando o ginásio, fomos para escolas diferentes, fizemos outros amigos e a turma da rua deixou de ser interessante. No entanto, até hoje nós temos contato. Pouquíssimo e virtual, mas mesmo assim, ainda temos. Fazemos parte da história uma da outra.
No colégio, vieram novas amizades, outras melhores amigas e a Amanda foi, com certeza, a principal delas. Vivíamos grudadas, sabíamos tudo uma da outra só de olhar e tínhamos um grupinho na escola que era imbatível e super divertido. Foi uma época deliciosa. Pena que o colegial dura só três anos e, com isso, mudam nossas rotinas e Amanda e eu nos separamos fisicamente. Mas sempre, sempre, sempre mantínhamos contato. Por um bom tempo ainda fomos as melhores amigas, até a vida definitivamente mudar tudo em nossas rotinas e chegar um ponto em que não temos quase mais nada em comum, a não ser a amizade que tivemos um dia. Hoje ela mora em outra cidade, falamos sempre que possível e eu a amo do fundo do meu coração. Mas já não compartilhamos mais segredos, eu não sei qual é a sua roupa nova e nem como ela está pensando em cortar o cabelo.
Eu escrevi isso tudo porque fui entendendo, com o tempo, que as verdadeiras amizades não são aquelas que a gente acredita que será para sempre. São aquelas que, aconteça o que for, estão sempre perto de nós. É o caso das meninas aqui do blog, que nunca foram "as minhas melhores amigas", mas que fazem parte da minha vida e hoje, mais madura, eu percebo o quanto isso é importante e o quanto elas são valiosas para mim. Amo cada uma delas pelo que elas são, pelo que elas fazem, pelo que dizem e pelo que já fizemos quando éramos adolescentes. Elas não simplesmente passaram pela minha vida, elas permaneceram. A Jú e a Di, que eu conheci primeiro, estiveram presentes nos principais momentos da minha vida: na minha formatura, no meu casamento, no nascimento do meu filho (Neste a Déa também esteve). Aliás, a Déa fazia faculdade de jornalismo quando eu a conheci e eu olhava para ela admirada, pensando: "eu quero ser assim". A Mel estava lá quando eu fazia parte da turma da praia e vendo as fotos de antigamente, tenho algumas com ela. Quem diria que anos depois teríamos este reencontro? E a Gabi eu sempre conheci por tudo o que as meninas contavam dela, mas nunca tivemos a chance de nos ver pessoalmente. E quando nos vimos, percebemos que éramos amigas de séculos. É um amor imenso que sinto por elas, porque sei que são, realmente, minhas melhores amigas.
Também tem o caso da Evelyn, Tania e Zé. Elas trabalhavam com o Leandro e o Zé é marido da Tania. Nos conhecemos um dia quando fomos jogar boliche com o pessoal do trabalho do Lê, foi super casual, a vida continuou seu rumo, e os três estavam sempre presentes: no nosso casamento, no nascimento do Vini, nos nossos aniversários, em qualquer coisa. Hoje, é completamente impossível imaginar minha vida sem estas pessoas que fazem parte, praticamente, da minha família. Com a Evelyn veio a Luci, amiga dela que se tornou nossa irmã também e, se a gente não se ver pelo menos a cada semana, morremos de saudade.
Foi preciso crescer para entender que as pessoas que nos conhecem como realmente somos e ainda assim, ficam em nossas vidas, é que são nossos verdadeiros amigos. As pessoas que não deixam o tempo, a distância e a rotina interferirem no sentimento é que fazem a diferença e são aquelas que nos fazem ver que o mundo vale a pena.
Hoje, mesmo continuando me dando muito bem sozinha comigo mesma, não sei viver sem estas amizades, que são os irmãos que eu escolhi. Amo cada um por uma particularidade, por um detalhe e amo cada uma destas pessoas pelo que elas representam na minha história. E é para vocês que eu escrevi este "livro" hoje. Para dizer o quanto a minha vida tem mais graça por causa de vocês e que eu entendo o verdadeiro significado da palavra amizade porque vocês existem. E este sentimento, definitivamente, nada pode apagar.

Postado por Denise

8 comentários:

Andréa disse...

Denise Cristina!!!
Como vc me faz chorar, assim, em pleno expediente??
Menina, fiquei emocionadíssima com seu texto.
Saiba que eu também não abro mão da nossa amizade por nada desse mundo.
Beijo grande,
Déa

Di Valente disse...

Sua coroca malvada.
Fiquei emocionada com seu texto. Lindo, adorei !
Tb acho que as amizades verdadeiras são as que ficam e mesmo com alguns erros de percurso, algumas pedras no caminho que possam existir entre elas sei que muitas dessas amizades acabam cruzando nossos caminhos novamente.

Meus amigos são muito importantes para mim e faço questão de tê-los sempre ao meu lado. Amo vcs.

PS*Paulo Rogério foi f....hahahhaha, por acaso era P.Rogério de Fiore ? kkkkkk

Bjs

Evy disse...

Denise, sua cachorra!
Eu me vi na montagem das fotos e já comecei a chorar...

Só tenho uma coisa à dizer sobre tudo isso:
VOCÊ É UMA DAS PESSOAS MAIS IMPORTANTES DA MINHA VIDA!
POSSO TE DIZER QUE SEM VOCÊ EU NÃO SOU A MESMA, SEM VOCÊ NÃO TEM GRAÇA JOGAR MAU-MAU, IMAGEM & AÇÃO, SEM VOCÊ NÃO TEM GRAÇA COMER "FUNDÍ".
SEM VOCÊ NÃO TEM MAIS GRAÇA IR PRO MORUMBI!
VOCÊ É TUDO!
EU TE AMO COM TODA A INTESIDADE DO MEU SER!!!!

Ps.: Ontem mesmo eu e a Luci comentamos isso, nós te vimos na semana passada e já estamos com saudades!
Ps2.: Minha chorada sem óculos!!!

Jú Manocchio disse...

Dê, não é justo....rsrs(tipo assim já chorando ).
Eu sou muito suspeita p/ falar de amizade, sou muito abençoada, acho que se eu não tivesse vcs, cada uma do jeitinho que é, eu tvz nao fosse a pessoa que sou hj, aprendi e aprendo muito com vcs, e no mundo que estamos vivendo hj, quem tem amigos tão preciosos, só tem a agradecer.
Obrigada VOCÊ por fazer parte da minha vida e por permanecer nela.
TChau, fui, pq as lágrimas nao deixam eu continuar teclando.
AMO VC.
bjs

Jú Manocchio disse...

AAAAAAAAAAAhhhhhh, colcar aquela nossa foto nao foi legal...
A Diana é que nao gotou, olha o cabelo dela
KKKKKKKKKKK

Denise disse...

meninas, rio e choro lendo os comentários de vcs. vcs são ótimas e por isso tão especiais! rs
E Di, não era Fiore não... o bendito chamava Paulo Rogério Martins. Uma história curiosa: qdo eu tava grávida e enooorme, parei para abastecer na Braz Leme e o dito cujo era o frentista, acredita? Não sei se ele me reconheceu, mas eu lembrei na hora! Santa Elaine que tirou ele do meu caminho! kkkkk beijos meninas, vcs são demais!

Di Valente disse...

Ufa....Que bom que vc escapou dessa hein....O cara pega na mangueira todo dia....kkkkkkkkk
Será que a Elaine casou com ele heheheheh, tomara rsrs....ela merece !

E Jú, vc tem inveja do meu cabelo. heheehhe.....

Vai pentear monkey vai.....rsrs

Bjs

Gabi disse...

Menina,como vc pode me fazer chorar assim..Dê,sei que a nossa amizade é recente,mas amei te conhecer.Você já faz parte da minha vida.
Te adoro amo!!!