TRADUZIR-SE
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
Ferreira Gullar
Esse poema foi me passado por um amigo, e como ultimamente eu estou nessa busca por mim mesma, achei que casou direitinho com o que estou passando.
Postado por Juliana
sábado, 8 de agosto de 2009
Postado por De Salto Alto e Batom às 20:20
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário